Programa Brasileiro EAC – Proposta: Aventura Mitológica
Zidu Nogueira, 7.1
“Woowoo; woowoo”, tocou o alarme da escola. Era o alarme de invasor, algo que não acontecia com muita frequência graças à ótima segurança da EAC, por isso meu cérebro já saiu a mil por hora pensando em todas as possibilidades. Minha conclusão: havia um monstro na escola.
Enquanto a professora liderava a evacuação e seguia com os alunos até o abrigo, eu cutuquei Lorenzo, meu amigo filho de Hermes, e juntos nós saímos de fininho. “Você acha mesmo que há um monstro na escola?”, perguntou Lorenzo depois de ouvir minha teoria.
“Sim”, eu confirmei. Lorenzo sabia que minhas teorias raramente estavam erradas e ele confiava em mim assim como eu confiava nele, então assentiu com a cabeça e perguntou “E o que vamos fazer?”
“Vamos caçá-lo.” Eu respondi, transformando-me em uma coruja, um dos poderes que eu herdei da minha mãe, além da super inteligência, e decolei. Eu era filho de Atena, a deusa da sabedoria na mitologia grega, e por isso era frequentemente perseguido por monstros, embora isso nunca houvesse acontecido dentro da escola.
Lorenzo, que estava logo atrás de mim voando com seus sapatos voadores, um presente de seu pai, perguntou: “Qual é o seu plano?”. Eu pensei um pouco, então respondi: “Ele depende do monstro que estiver invadindo, mas minha teoria é que ele seja bem burro, porque em uma escola pode ter mais do que só um semideus, então ele estaria em desvantagem numérica. Seria muito mais inteligente esperar até eles ficarem sozinhos e caçar seus alvos um por um.”
“Você me assusta de vez em quando, eu definitivamente não gostaria de ter você como inimigo”, respondeu Lorenzo. Eu sorri, então nós rimos juntos. “Eu acho que vejo alguma coisa,” disse Lorenzo depois de um tempo de busca. Realmente havia algo se movendo na área da pré-escola, perto dos banheiros.
Conforme nos aproximávamos, minha mente começou a processar a figura, alguém grande e musculoso usando apenas um shorts que era evidentemente pequeno para seu tamanho. Eu também reparei nas grandes cicatrizes em suas costas e barriga e em um enorme olho no meio de sua testa. “É um ciclope!”, eu disse para Lorenzo enquanto nós pousávamos em um lugar onde ele não poderia nos farejar.
“O que será que ele quer aqui?”, perguntou Lorenzo e, quase simultaneamente, como se o monstro tivesse ouvido a pergunta, ouvimos ele rugir: “Apareça, filho de Atena! Eu venho aqui em nome de meu pai, Poseidon, inimigo mortal de sua mãe, e vou esmagar você com minhas mãos!”
“Isso responde a sua pergunta?”, eu disse olhando para meu amigo. “Sim, mas traz outra pergunta: como nós vamos pará-lo?”, questionou Lorenzo. Eu pensei um pouco; Lorenzo era um filho de Hermes, o deus dos mensageiros e ladrões, que era conhecido por sua astúcia e sua habilidade de sabotagem. “Eu tenho uma ideia,”, respondi.
“Isso realmente pode funcionar”, disse Lorenzo depois de ouvir meu plano. “Claro que pode, fui eu que fiz o plano”, sussurrei enquanto observava o ciclope. “Ao meu sinal, você corre. Três, dois, um, corre!” E nós nos separamos, eu corri em direção ao ciclope e Lorenzo em direção aos bebedores.
“Quem se aproxima?!”, rugiu o monstro. “Um aliado”, eu respondi, “Como posso saber que você é aliado?”, disse o ciclope, como se a pergunta fosse mais para ele do que para mim. “Você não pode reconhecer um irmão quando o vê?” eu respondi, tentando fazer o meu melhor para soar amigável.
“Você é filho do papai?”, perguntou o ciclope. “Sim”, respondi, “e vim aqui para te falar que não temos nenhum filho de Atena nessa escola”. Ele pensou um pouco. “Prove”, disse ele com um sorriso satisfeito na cara, como se tivesse falado a coisa mais inteligente do mundo.
“Ok”, eu respondi, rezando para o Lorenzo ter feito a parte dele. Eu respirei fundo e disse: “Bebedouros, eu comando que vocês explodam!” Mas nada aconteceu. Eu fiz uma careta e gritei novamente: “Eu disse para explodirem!” O ciclope olhou para mim desconfiado, mas então os bebedouros explodiram e ele se acalmou. “Muito bem, eu acredito em você”, disse o ciclope, virando de costas para ir em direção à saída. Então, tirei minha adaga escondida no cinto, pulei o mais alto que eu consegui e enfiei-a nas costas do monstro. Ele rugiu, então desintegrou-se.
O plano havia dado certo. Lorenzo, que havia acabado de sabotar os bebedouros, saiu de trás de um deles. “Missão completa!”, ele disse sorrindo de orelha a orelha. “Missão completa!”, eu concordei e nós seguimos em direção à sala de aula, animados por termos acabado de derrotar um ciclope.